Pesquisar este blog

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Memória e suas alterações no envelhecimento

Houve um enorme avanço em nossos conhecimentos sobre processos biológicos e psicológicos da memória e da aprendizagem. A função da memória é receber informações, mantê-las intactas, poder recuperá-las quando for preciso.
O envelhecimento acarreta uma lentificação dos processos cognitivos de uma maneira geral.  Os conceitos novos são mais difíceis de serem aprendidos, podendo se dizer que pessoas acima de 60 anos tem menor habilidade para armazenar novas informações – conservá-las e recuperá-las (depois de certo intervalo). Mas isso não impede novas aprendizagens e o acervo de conhecimento continua a ser enriquecido com o passar do tempo.
O vocabulário, por exemplo, tende a aumentar com a idade. A memória verbal costuma ser menos afetada do que a não verbal. A memória implícita (andar de bicicleta, escovar os dentes) conserva-se mais do que a explícita (Paris é a capital da França, as minhas últimas férias).
Os estudos apontam para grandes diferenças individuais, quando se estuda pessoas acima de 65 anos, sendo perigoso fazer generalizações.
Fatores como: nível educacional, atividade física e o bom estado de saúde, parecem influir positivamente no funcionamento cognitivo ao longo da vida. Muitas vezes pessoas acima de 60 anos se queixa de perda da memória, porque percebe que seu desempenho não é o mesmo de alguns anos atrás. Mesmo indivíduos afetados, a perda relativa de memória não costuma comprometer significativamente o cotidiano e eles aprendem a lidar com ele com algumas estratégias simples como, por exemplo, uso de agenda e de listas de “o que fazer” deixando objetos sempre no mesmo lugar.
Existe o declínio da memória normal e existe o declínio patológico. As pessoas portadoras de demência têm deficiência acentuada na memória, mas estão prejudicados também em outras funções cognitivas.
Quanto ao comprometimento da memória, ele é um pouco diferente nas diversas síndromes demenciais: para conseguir diferenciar um do outro: através de exames neuropsicológicos. Nos transtornos psiquiátricos a perda de memória pode estar associada a determinadas doenças neurológicas, a distúrbios psicológicos, a problemas metabólicos e algumas intoxicações. Quando ocorrem esses problemas a pessoa percebe que a memória está falhando, quando é demência não. Estados psicológicos alterados como o estresse, a ansiedade e a depressão podem também alterar a memória.
A falta de vitamina B1 (tiamina) e o alcoolismo levam a perda da memória para fatos recentes e com frequência estão associados a problemas de marcha e de confusão mental.
Algumas dicas para melhorar sua memória:
  • Utilize ao máximo a sua capacidade mental.
  • Desafie o novo.
  • Aprenda novas habilidades.
  • Se você trabalha em um escritório, aprenda a dançar.
  • Se for um dançarino, aprenda a lidar com computador.
  • Se trabalhar com vendas, aprenda a jogar xadrez.
  • Se for um programador, aprenda a pintar.
Isto poderá estimular os circuitos neurais do seu cérebro a crescerem. Não tente guardar todos os fatos que acontecem, mas focalize sua atenção e se concentre naquilo que você achar mais importante, procurando afastar de si todos os demais pensamentos.
A fim de se conseguir uma boa memória, é fundamental que se permita sono suficiente e descanso do cérebro. Durante o sono profundo, o cérebro se desconecta dos sentidos e processa, revisa e armazena a memória.
A insônia leva a um estado de fadiga crônica e prejudica a habilidade de concentrar-se e armazenar informações. Diminuição da memória que ocorre na terceira Idade, na maioria das vezes é absolutamente benigna, mas frequentemente, por falta de melhor informação, angustia o indivíduo que tem dificuldade de aceitá-la como um fato normal.
Uma excelente oportunidade para o resgate e desenvolvimento de potencialidades presentes durante toda a vida, é a participação em grupos educativos e terapêuticos.
Semelhante ao que ocorre com exercícios musculares realizados para se manter a forma física, a atividade cerebral também deve ser realizada com frequência, sempre procurando estimular nossos principais sentidos: olfato, paladar, tato, visão e audição, bem como nossa memória e inteligência. Vários trabalhos científicos, realizados em diversos países, demonstram claramente que o declínio mental que ocorre com a idade pode ser evitado.
A ativação deve ser feita diariamente, durante as atividades normais, como o caminhar, durante as refeições ou mesmo durante as compras. Memorize os preços das coisas sempre que possível e procure recordá-las mais tarde. Mais dicas:
  • Procure identificar as pessoas pela voz ao usar o telefone, por exemplo.
  • Memorize números de telefones.
  • Memorize no fim do dia as pessoas com quem falou.
  • Depois, procure lembrar-se do mesmo para toda semana.
  • Utilize sempre de anotações para consultas posteriores.
  • Pressa é péssimo para a memória, já que dependemos de uma boa atenção para recuperar alguns fatos.
Planeje seu dia e escreva o que tem que fazer. Demore o tempo que for necessário e não se sobrecarregue. Sem estresse e cansaço, podemos fazer muito mais do imaginamos. Então, para conservar ou melhorar sua memória, a melhor maneira é exercitá-la e aprender coisas novas sempre!
Marcia Paviani - Psicóloga clínica
www.psicologapaviani.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário